Lucro, Lucro Presumido, Lucro Real, lucro operacional.
O que isso diz para você?
O sonho de qualquer empresário é que seu negócio vá de vento em popa, que as contas estejam sempre no azul e ainda sobre dinheiro no final do mês, certo?
O nome disso é lucro.
O que é lucro todo mundo sabe, mas o que ainda gera dúvidas é sobre como calculá-lo e definir a margem de lucro de uma empresa.
E os tipos de lucro, então?
O que significa cada termo que citei na abertura deste artigo?
O que é Lucro Real?
O que é Lucro Presumido?
E o que é lucro operacional?
Há algumas boas razões para você acompanhar este artigo até o final.
Se já tem ou vai abrir empresa, este texto é ainda mais especial.
Afinal, Lucro Real e Lucro Presumido são dois regimes tributários, ou seja, o formato de recolhimento de impostos.
Mas essa é só uma entre muitas informações que você vai descobrir durante a leitura.
Quero trazer para você um artigo completo.
Que vai muito além da definição de lucro ou de fórmulas sobre como calcular Lucro Real ou mesmo como calcular o lucro operacional de uma empresa.
Entre conceitos e cálculos, pegue a calculadora, mas se prepare para uma verdadeira aula de gestão.
Assim, fica mais fácil controlar os gastos e entender em que situação a sua empresa está para mudá-la, mantê-la ou buscar uma melhora.
É sempre bom ter ambição para ver seu negócio prosperar, não é mesmo?
Antes de qualquer coisa, vamos entender exatamente o que significa cada um dos conceitos que estamos trabalhando neste artigo.
Entre lucro, Lucro Presumido, Lucro Real e lucro operacional.
Lucro é o que todo empresário deseja.
Mas será que sabemos exatamente o que essa palavra significa?
Será que é só ganhar dinheiro?
No mercado, ouvimos muito a palavra lucro e, em geral, ela é empregada nas transações comerciais.
Resumidamente, podemos definir lucro como o excedente econômico obtido depois de subtraídos os custos.
É também o responsável por remunerar o capital investido em um empreendimento.
Por isso, dizemos que, sem a existência do lucro, não existiriam as empresas e os negócios.
Ele se refere à diferença positiva entre as receitas obtidas com a venda de mercadorias ou a prestação de serviços e os custos necessários para comprar, produzir ou executar.
Também é possível conceituar o lucro como o retorno positivo de um investimento realizado por uma pessoa em outra ou em um negócio.
Pronto, agora que você já sabe o que é lucro, vamos aprender como calculá-lo.
Mesmo que o conceito de lucro seja bastante simples, calculá-lo pode gerar alguma dor de cabeça.
Não é à toa que a grande maioria dos empresários prefere contratar um contador.
E o faz muito bem agindo assim, diga-se de passagem.
E, falando em contador, quero apresentar alguns números que valem a sua reflexão.
Segundo a pesquisa Relação das MPE com os contadores, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae) em 2016:
72% dos micro e pequenos empresários utilizam serviços de escritórios de contabilidade.
Enquanto 28% recorrem a contadores autônomos.
Na pesquisa, foram entrevistados 6.054 empreendedores de pequeno porte.
Ela revelou ainda que 69% deles são fiéis aos seus contadores e costumam se relacionar com apenas um profissional da área contábil.
Mas, como eu sempre digo, você não precisa necessariamente trazer alguém de fora para cuidar da contabilidade da empresa.
E, mesmo que traga, é importante que acompanhe tudo de perto, forneça as informações que o profissional precisa e até refaça os cálculos.
Em empreendedorismo, tudo gera oportunidades de aprendizado.
Uma forma simples de calcular o lucro é subtraindo o valor da receita pelo custo.
Se você comprou uma mercadoria por R$100, deve vendê-la ao menos pelo mesmo valor, se não quiser ter prejuízos.
Porém, assim, não obterá lucro, já que, subtraindo os dois valores, o resultado será zero.
Mas se você vender a mesma mercadoria por R$ 120, seu lucro será de R$ 20.
Este é um exemplo bastante simples para que você possa entender como funciona a formação da margem de lucro em uma empresa.
Entendendo o procedimento, o cálculo pode ser aplicado para qualquer produto ou serviço.
É claro que, na maioria das vezes, não é tão simples calcular o lucro de uma empresa, porque há inúmeros fatores a serem levados em conta.
Há variáveis como aluguel do espaço comercial ou sede, salários dos funcionários, impostos, contas de consumo e outros custos que diminuem os seus ganhos.
Assim, o lucro líquido real acaba sendo bem menor do que apenas essa conta de subtração.
Sabendo dessas outras variáveis, podemos definir o lucro como o dinheiro que sobra das fontes de receita, menos todos custos operacionais e não operacionais, fixos e variáveis.
Como uma empresa costuma ter uma só fonte de receita, é preciso vender bastante ou executar muitos serviços para gerar lucro.
Até aqui tudo fácil de entender, certo?
Mas vamos tratar de complicar um pouco agora.
O Lucro Presumido é um regime tributário no qual, como o nome indica, os impostos devidos por uma empresa são calculados a partir de um lucro que é presumido e não apurado.
Para entender detalhes a respeito desse formato de tributação, vale dar uma olhada no artigo completo que elaborei sobre ele.
No Lucro Presumido, é aplicada uma tabela que considera, por exemplo, que a maioria das empresas de serviços lucra 32%.
Assim, para elas, esse regime tributário será vantajoso se o lucro líquido efetivo registrado for maior que o presumido.
Afinal, dessa forma, ela pagará menos impostos do que pagaria se apurasse seu Lucro Real.
A alíquota aplicada conforme o Lucro Presumido da empresa é utilizada para cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Mas para poder adotar esse regime tributário, você precisa ver se o tipo de atividade exercida pela sua empresa se enquadra nas regras.
Algumas empresas são obrigadas por lei a adotar o Lucro Real, sobre o qual falarei mais detalhadamente no próximo tópico.
E mesmo com essa simplificação tributária, há desvantagens no Lucro Presumido.
Um dos riscos é a possibilidade de a sua empresa acabar pagando mais impostos do que deve, caso as margens de lucro efetivas forem menores do que a estabelecida pela legislação.
É o contrário da situação sobre a qual eu falei antes.
Para que o Lucro Presumido valha a pena, também é importante ter baixos custos operacionais, assim como a folha salarial.
Nessas condições, o modelo pode trazer benefícios à sua empresa.
Para consulta à base legal, vale dar uma olhada na Lei 8.541/92, nos artigos 13 a 16.
Essa é a forma mais completa de apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Como o próprio nome indica, esse é o regime tributário no qual os tributos são recolhidos de acordo com o lucro efetivamente registrado pela empresa.
Então, deve ser bastante fácil de calcular, certo? Nem tanto assim.
A questão central aqui é que o Lucro Real corresponde ao lucro líquido contábil do período de apuração, mas não apenas isso.
Para se chegar ao valor de referência, há adições, exclusões ou compensações previstas em lei.
Se você pensou em pedir socorro ao contador, pensou bem.
Outra característica é que no Lucro Real o empreendedor pode escolher apurar os tributos a cada três meses ou uma vez ao ano.
Se sua escolha for o critério trimestral, ele será apurado nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.
Agora, se você optar pela apuração anual, ela ocorrerá apenas no dia 31 de dezembro, com antecipações mensais do IRPJ e da CSLL.
O regime tributário não é obrigatório para todas as empresas, mas há seis categorias que precisam utilizá-lo.
Importante esclarecer que, no caso das empresas citadas no item 5, o valor obtido pelo IR é apenas provisório.
Ao final do ano, é calculado o imposto anual e ele é comparado com os recolhimentos mensais, realizados no decorrer do ano.
Já no item 6, por factoring, se entende a operação que acontece quando seu negócio exerce atividade mista.
Ou seja, é prestadora de serviços e vende seus créditos a outra empresa.
Por meio dessa venda de créditos, é possível construir alianças com as empresas associadas e acordos e convênios de colaboração técnica ou prestação de serviços.
O Lucro Real aparece tanto no Decreto Lei 1.598/77 quanto na Lei 8.541/92.
Agora, vamos falar do lucro operacional.
Embora não seja esse um regime tributário, ele oferece ao gestor uma informação muito importante quanto à realidade financeira da empresa.
Como o próprio nome já diz, corresponde ao resultado financeiro das operações da empresa.
Depois de obtido todo o lucro bruto, seja pela prestação de serviços ou pela venda de produtos, devem ser deduzidas as despesas administrativas, comerciais e operacionais.
Isso faz com que nenhuma movimentação financeira fique de fora, seja ela de entrada ou de saída de capital.
Dessa forma, a informação que retorna é o que chamamos de lucro operacional, que é um dos componentes da DRE, a Demonstração do Resultado do Exercício.
“Ah, mas tenho um negócio tão pequeno que não devo me preocupar com isso”, você pensa.
Quem segue esse raciocínio, acaba deixando para trás um dado valioso, que corresponde à descoberta da capacidade da empresa de gerar lucro.
Mas se o empreendedor olhar apenas para o lucro bruto, ignorando as despesas, ele trabalhará com um número irreal.
Isso é tão grave, que todas as decisões que ele tomar terão esse dado enganoso como base.
Não raro, esse tipo de equívoco leva a sérios problemas, podendo custar até mesmo a sobrevivência da empresa.
Já pensou faturar R$ 5 mil em vendas no mês, vibrar com o resultado, mas ignorar que as despesas, quando somadas, totalizaram R$ 5,2 mil no período?
É, o que era lucro virou prejuízo.
Uma palavra, várias definições.
Quando falamos em lucro, vimos que não há um só conceito a utilizar.
Cada um deles têm relevância na empresa, dois são regimes tributários e todos estão relacionados às finanças da empresa.
Mas são iguais? Você viu que não.
Então, vamos entender no que se diferenciam.
Lucro é um termo bastante genérico e pode significar muita coisa em uma empresa, inclusive lucro operacional.
Se você compra um produto por R$ 10 e o revende por R$ 20, há um lucro aí, certo?
Mas como aprendemos sobre lucro operacional, para chegar a esse valor não basta aplicar uma subtração simples, que leve em conta um só item.
Uma boa gestão financeira começa pelo registro de todas as receitas e despesas da empresa, não importa seu valor, nem a sua origem.
É um exercício que se convencionou chamar de fluxo de caixa, cujos registros podem constar em uma planilha.
Pois é essa tarefa que permite ao empreendedor, por exemplo, definir dois tipos de lucros obtidos pelo negócio.
Para um varejista, por exemplo, o lucro bruto representa as vendas menos o custo dos bens vendidos.
O lucro líquido é conhecido após a empresa pagar impostos e salários, por exemplo.
É aí que ela descobre se a atividade registrou lucro ou prejuízo no período analisado.
Para que todo esse nosso papo sobre lucro fique mais claro para você, um bom exemplo sempre vem a calhar.
Vamos supor a partir de agora que os dados abaixo tenham sido registrados pela sua empresa.
Eles são fictícios, é claro, mas servem para que possamos fixar os conceitos.
Veja só por esse exemplo com a matemática pode ser dura com o empreendedor.
Nesse caso, ele faturou mais de R$ 10 mil, teve um lucro bruto superior a R$ 6 mil.
Mas quando o assunto é ver a cor do dinheiro, só R$ 1.186 entraram na sua conta.
Ruim? Poderia ser pior.
Perceba nesse exemplo agora que a empresa em questão teve prejuízo de R$ 356 no período, apesar de um lucro bruto próximo dos R$ 8 mil.
Um resultado assim indica ao gestor claramente que houve um descontrole nas despesas.
Na realidade, o que ocorreu foi uma renegociação de uma dívida de empréstimo, o que o obrigou a quitar o débito à vista.
Resultando em uma despesa financeira não prevista de R$ 2.800.
Se o empreendedor olhasse apenas para o lucro bruto ao tomar decisões quanto aos rumos da empresa, provavelmente estaria pensando em expandir as operações.
Quando o momento é de apertar o cinto e sair do vermelho.
Agora que conhecemos bastante sobre os lucros de uma empresa, chegou a hora de falar da escolha do regime tributário.
Afinal, entre Lucro Presumido e Lucro Real, qual é a forma mais vantajosa de recolher impostos para o microempreendedor individual (MEI)?
A resposta nesse caso é bem fácil: nenhuma delas.
Calma, pois vou explicar!
Ao se formalizar, o MEI deve confirmar a opção obrigatória pelo Simples Nacional como seu regime tributário.
Ou seja, ele não pode adotar outro método para pagar impostos.
Isso não significa que, para outras empresas, o Lucro Presumido ou o Lucro Real não possam ser boas opções.
A tendência, ao menos para pequenas empresas, é que o Simples Nacional seja uma escolha mais vantajosa.
Mas essa é uma decisão que ganha em segurança quando o empreendedor tem um contador ao seu lado.
A verdade é que a resposta sobre o melhor regime tributário depende muito do perfil da sua empresa.
Para que você compreenda mais facilmente cada um dos dois regimes e entenda as diferenças entre eles, preparei um resumo com as principais características de cada um.
Confira:
Lucro Real
Assim, fica mais fácil perceber que, cada um dos modelos, se enquadra para um perfil de empresa.
E a principal diferença está no lucro líquido: se o efetivo for menor que o presumido, vale apostar no Lucro Real.
Lucro, lucro, lucro.
Palavra mágica para todo empreendedor, não é mesmo?
Mas como vimos ao longo deste artigo, até na hora de ganhar dinheiro, é preciso ter atenção para não ser enganado com um lucro ilusório.
Pensando bem, só atenção não basta, pois é preciso disciplina e, sobretudo, controle financeiro.
Ter total domínio sobre as finanças da empresa é fundamental.
Se alguma despesa for ignorada, o resultado apurado será diferente da realidade e isso pode acabar contaminando tudo o que vem a seguir na empresa.
Um gestor não pode comandar bem seu negócio sem saber ao certo qual cenário ele enfrenta.
Esse é o passo mínimo, digamos assim.
Mas chegar até o lucro líquido desejado depende de planejamento e é aí que muitos acabam se atrapalhando em meio a gastos extraordinários, ou até mesmo não contabilizados.
Por outro lado, se você não está na situação financeira que deseja, não se desespere.
O importante é compreender o que o leva a vivenciar essa realidade.
Afinal, os erros também servem para mudarmos de postura e aprendermos com eles.
Sempre há tempo de corrigir e melhorar.
Já ouviu falar que crise é também sinônimo de oportunidade?
Pois é, procure observar o lado positivo das situações.
Ao diagnosticar os problemas na sua empresa, é possível modificá-los e encaminhar seu negócio ao sucesso.
Então, mãos à obra!
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