Quando se fala em desafios microempreendedor individual (MEI), certamente não são poucos.
Quem empreende por conta própria encara solitariamente um mercado competitivo, por vezes quase saturado, quem sabe até dominado por grandes empresas.
Mas isso não significa que cavar o seu espaço seja impossível. Não é nada disso.
A grande vantagem de ser empreendedor individual talvez seja justamente o fato de o sucesso depender muito mais de você do que de terceiros.
OK, é sabido que há dificuldades de abrir uma empresa, que os problemas enfrentados pelos empreendedores podem aparecer antes, durante e até depois de ter um negócio próprio.
Mas quem tem o perfil vencedor não se abala com nada disso.
E sabe como você vai começar a trilhar o caminho dessa vitória?
A partir deste artigo, no qual vou falar não apenas dos principais desafios microempreendedor nos dias atuais, mas de soluções.
Para começar, saiba que entre todos os obstáculos, fazer o controle financeiro da sua empresa tende a ser o principal.
Em seguida, vou explicar a razão para afirmar isso, mas creio que a responsabilidade da tarefa você já conheça.
Descuidar-se das finanças da empresa pode vir a ser questão de vida ou morte para o negócio.
Não é a toa que esse é um dos motivos principais para tantas boas ideias ficarem pelo caminho.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), metade das empresas não alcança os cinco anos.
Não é isso que você deseja para seu negócio, não é?
Então, siga a leitura, pois temos muito a aprender juntos sobre gestão financeira.
Desafios microempreendedor: por que o controle financeiro é o principal deles?
A resposta à pergunta deste tópico tem um viés antropológico.
O ser humano não está acostumado a planejar suas ações a fim de controlar o seu redor.
Ele está habituado biologicamente a reagir ao que o cerca, a agir por impulso, a modificar seu entorno sem muito pensamento prévio.
É incomum que o ser humano planeje muitos aspectos da vida, em especial da financeira.
Isso não é para nós ensinado na escola e nem por nossos pais.
Por isso, quando alguém inicia seu próprio negócio, em geral não sabe como proceder para fazer o controle financeiro.
Ou acaba deixando a atividade de cuidar das contas em segundo plano.
E isso é muito grave!
Quando muitos empreendedores percebem, já deixaram muita coisa passar batida no controle financeiro.
E aí, têm de fazer as contas rapidamente para fechar o mês ou declarar os rendimentos.
Nem precisaria lembrar que isso torna mais provável que erros aconteçam.
E erros levam a mais gastos.
Também há empreendedores que descobrem um prejuízo tarde demais, quando já não há mais o que fazer para contorná-lo.
A única solução é declarar a falência da empresa.
Um caso extremo, mas real e que começa com o descontrole das finanças.
Você não quer que nada disso aconteça com a sua empresa, não é?
Então fique de olho na gestão financeira desde o primeiro dia.
Ainda neste artigo, vou trazer as principais dicas para você colocar ordem no caixa da empresa.
Entenda o atual cenário brasileiro
O cenário econômico brasileiro na atualidade é preocupante.
Estamos passando por uma grave crise, caracterizada por inflação ainda alta, menos oportunidades de emprego e fechamento de empresas.
Isso tudo sem falar ainda do viés político, que atrasa mudanças e prejudica investimentos no país.
A taxa de desemprego atingiu uma das porcentagens mais altas nas últimas décadas, chegando a 13,7% da população.
O equivalente a mais de 14 milhões de desempregados em maio de 2017.
Se, por um lado, tudo isso é muito desagradável.
Pois muitas empresas grandes estão fechando ou diminuindo a quantidade de funcionários, por outro, há uma série de oportunidades se delineando em meio à crise.
Muitas pessoas que perderam o emprego acabaram vendo no cenário instável uma chance para recomeçar, mudar de vida, realizar seus sonhos e arriscar.
São pessoas que investiram o dinheiro das suas economias ou do seguro-desemprego e começaram seu próprio negócio.
Boa parte delas aproveitou o momento para se formalizar como microempreendedor individual.
O MEI foi visto como solução para a crise e não é à toa que é a categoria empresarial que mais cresce no país.
Totalizando hoje quase 7 milhões de brasileiros formalizados.
Por que a situação atual do país tem estimulado o microempreendedorismo
Apesar de preocupante, o desemprego cria, em um país como o Brasil, novas saídas para a crise.
Sendo o brasileiro sempre muito criativo, ele vê nesse momento ruim uma oportunidade para recomeçar.
Na contramão de negócios de maior porte, as pequenas empresas só crescem, tanto em número quanto em fatia de mercado.
Segundo pesquisa da Serasa Experian, os MEIs já representam 78,4% dos novos empreendimentos.
Isso significa que quase 80% dos negócios abertos em 2016 foram de pequenas empresas. Só no ano passado, mais de um milhão e meio de pessoas se formalizaram como MEI.
Nesse contingente, estão pessoas que se tornam microempreendedores para ter uma renda extra.
Mas acabaram abandonando o emprego formal e se dedicando exclusivamente ao próprio negócio.
Para outras, foi mesmo uma questão de sobrevivência.
Nesse grupo, estão MEIs que se tornaram empreendedores por necessidade, não por oportunidade.
Com dificuldades para se reinserir no mercado de trabalho após uma demissão ou após concluir a graduação, decidiram parar de depender de empregadores e empregaram a si próprios.
É interessante observar que esse movimento não começou agora.
Já em 2015, quatro em cada dez brasileiros decidiram se envolver com o empreendedorismo graças à instabilidade.
O dado revelado foi por pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
É por isso que mesmo em meio a tantos desafios, microempreendedores estão construindo um novo capítulo na história do país.
Ser MEI permite crescimento pessoal e profissional, independência financeira, mais tempo com a família e muito aprendizado.
É uma opção cada vez mais popular em tempos de crise, e também recompensadora.
Não é um caminho fácil, mas não há nada impossível para quem tem autoconfiança, dedicação e perseverança.
E com quais desafios microempreendedor tem de lidar?
São vários os desafios microempreendedor tem de enfrentar todos os dias, desde o momento em que eles decidem ter seu próprio negócio.
Veja alguns deles e perceba como há forte ligação com o controle financeiro da empresa:
- Criar um negócio relevante e lucrativo
- Não fechar o mês no vermelho
- Inovar e se reinventar sempre
- Conseguir espaço em um mercado competitivo
- Conseguir crédito
- Fazer prospecção de clientes
- Entrar em contato e negociar com possíveis fornecedores
- Continuar estudando e se atualizando
- Administrar o tempo
- Divulgar o negócio para crescer
- Separar as finanças e interesses pessoais e profissionais
- Pagar as contribuições em dia.
Como as vantagens de ser MEI ajudam a vencer estes desafios
Felizmente, há uma série de vantagens para quem quer ser MEI.
E tudo começa com a facilidade que existe para se formalizar como microempreendedor individual, que não se compara com as regras aplicáveis a outras empresas.
O cadastro MEI é criado através da internet, no Portal do Empreendedor, de forma totalmente grátis e sem sair de casa.
Em questão de minutos, o autônomo se torna um MEI regularizado.
Além disso, o microempreendedor paga menos impostos do que outras categorias, estando isento de tributos federais, por exemplo.
E o recolhimento se dá em guia única, o chamado DAS MEI.
Com esse valor, ele garante benefícios previdenciários, como direito à aposentadoria por idade ou invalidez e auxílio-doença.
Isso sem falar que o CNPJ permite a ele emitir nota fiscal e abrir conta como pessoa jurídica.
Mas os benefícios não acabam por aí.
Em uma licitação pública, por exemplo, os MEIs têm vantagens sobre as outras empresas, o que aumenta as chances de ser contratado por órgãos públicos.
7 principais desafios vencidos por microempreendedores
Agora que já sabe mais sobre a atividade do MEI, suas particularidades e as principais vantagens, é hora de falar de obstáculos.
É provável que você se depare com alguns dos sete desafios que listo abaixo em algum momento da sua jornada empreendedora.
Então, desde já, estude uma forma de encará-los e vencê-los.
Um microempreendedor individual preparado sempre sai na frente.
1. Dificuldade em conseguir financiamento
A Serasa Experian apurou que 91% dos microempreendedores têm dificuldades em conseguir financiamento para tirar sua ideia de negócio do papel.
As razões para isso são variadas.
Em alguns casos, o MEI não é claro ao solicitar empréstimos e, por isso, o crédito lhe é negado.
Em outros, faltam cálculos realistas em diversos momentos, como na hora de abrir um negócio, aumentá-lo ou mesmo ao realizar novos investimentos.
2. Falta de tempo
O microempreendedor pode ter apenas um funcionário, segundo a lei.
Isso significa que acabará acumulando funções, sendo responsável pela administração, divulgação, planejamento e controle total do negócio.
Infelizmente, diante de tantas tarefas, é comum que o MEI se atrapalhe e deixe algumas delas em segundo plano.
Mas essa falta de tempo tem ainda outras consequências.
Apesar de ter começado seu negócio para passar mais tempo com a família, o MEI acaba apagando o limite entre a vida pessoal e profissional ao se dedicar cada vez menos a ela.
Irônico, não?
3. Dificuldade de parcerias com fornecedores
Olha só essa: dos 450 MEIs entrevistados pela Serasa Experian, nenhum tinha cadastro de fornecedores.
A maioria deles encontrava seus parceiros de negócios através de uma simples busca na internet, sem pesquisa prévia e sem critérios.
Não era de se espantar que quase todos reclamassem de como é difícil encontrar fornecedores, que foi o que aconteceu na própria pesquisa.
Mas não há por que ser assim.
Dependendo do seu ramo de atuação, esta tarefa não é complicada, e exige apenas organização.
4. Dificuldade com divulgação
A propaganda é a alma do negócio, já dizia aquele velho ditado. Mas nem todos os microempreendedores têm o suficiente para investir na divulgação do negócio como em mídias digitais, por exemplo.
É por isso que, mesmo sabendo que os melhores negócios têm sites estruturados, redes sociais bem administradas e uma estratégia de marketing completa, tantos empreendedores ainda tocam sozinhos as tarefas de divulgação, agindo de forma amadora e pouco eficiente.
5. Atualização no mercado
Um empreendedor jamais pode se acomodar, ficar parado na zona de conforto, pensando em aproveitar os lucros que entram.
Mesmo aqueles que já estão estabelecidos no mercado e ganhando um bom dinheiro precisam se atualizar sempre.
Mas não apenas isso: é necessário estar em constante planejamento, pensar na inovação e no estabelecimento de novos contatos.
Afinal, quando menos se espera, o cenário pode mudar e a empresa passar a navegar em águas bem mais complicadas.
Uma dica para se atualizar constantemente é através de cursos do Sebrae, muitos deles gratuitos, além de acompanhar sites de tendências do seu ramo.
6. Manter as obrigações fiscais em dia
Sim, o MEI tem menos obrigações fiscais e paga menos tributos do que as outras categorias, mas isso não quer dizer que esteja livre de exigências.
Acredite: se descuidar das finanças e esquecer de pagar contas é mais fácil do que imagina. Afinal, é uma tarefa a mais, com a qual você não está acostumado, provavelmente.
Quando o MEI não paga as guias de arrecadação ou não declara seus ganhos para a Receita Federal, perde o direito aos principais benefícios previdenciários.
O mesmo acontece com um boleto atrasado do DAS MEI. Enquanto não paga, tem os benefícios suspensos.
7. Entender e conseguir cliente
Você acredita que teve uma ideia genial e muito lucrativa.
Inclusive, fez um pequeno estudo do mercado e observou que há demanda para o produto ou serviço que pretende ofertar.
No entanto, quando abriu as portas do seu negócio, não teve a quantidade de clientes esperada.
O que houve?
Isso pode ter acontecido por uma série de fatores.
Se você errou ao delimitar um público-alvo, terá de mudar sua estratégia de marketing, adequando-a àqueles que realmente têm interesse pelo que oferece.
Se você confundiu o gosto do cliente com seu gosto pessoal e acabou abrindo um negócio que só atrai e faz sentido para pessoas parecidas com você, é hora de ouvir outros ao seu redor.
Seu desafio é descobrir quais são as reais necessidades deles. A partir daí, mude a oferta do seu negócio.
Se você errou ao precificar e acabou espantando seu público, repense os preços.
Tente abrir o negócio fazendo uma liquidação, para ao menos compensar os gastos com o estoque inicial.
Quem sabe o caminho seja renegociar os preços e as dívidas com fornecedores.
Também pesquise a concorrência e verifique quais os preços praticados por ela.
Por fim, busque cortar gastos operacionais para diminuir o seu preço final sem afetar a margem de lucro.
Alerta vermelho: atenção ao controle financeiro
Listei sete importantes desafios microempreendedor, mas não falei daquele que considero o principal e que é motivo de reclamação e problema para quase todos os microempreendedores:
o controle financeiro.
Muitos acabam se atrapalhando na hora de cuidar do dinheiro da empresa.
Mais alarmante ainda: esse desequilíbrio nas contas pode virar uma bola de neve e acabar sendo a causa do fechamento do seu negócio.
Não é exagero, pois, segundo o Sebrae, essa é a segunda maior razão do fechamento de empresas em seus anos iniciais.
Já demos o alerta. Agora, que tal ficar de olho no controle financeiro?
Vou ensinar como.
Por que o controle financeiro pode ser o maior desafio do microempreendedor?
Para responder a essa pergunta, eu poderia listar motivos diversos, mas creio que estes três são suficientes:
- Porque o MEI não estava acostumado a fazer um controle financeiro pessoal antes de se tornar empreendedor
- Porque, sendo empreendedor por necessidade, ele não aprendeu a gerir um negócio, foi apenas sendo levado, dia após dia, desafio após desafio
- Porque muitos empreendedores acreditam que apenas a operação deve ser seu foco, e acabam deixando o controle financeiro em segundo plano.
São muitas as razões para que o controle das finanças acabe se tornando o maior desafio de tantos empreendedores.
Mas quero afirmar que há mais motivos ainda para que cuidar das finanças mereça a sua atenção.
E a dica que vou trazer no próximo tópico é valiosa para alcançar esse objetivo.
Como usar a tecnologia a seu favor para ter maior controle das finanças?
A tecnologia está aí para tornar nossa vida mais fácil e prática.
Usá-la a seu favor pode solucionar esse que é o principal desafio do microempreendedor.
Pense nas vantagens mais óbvias que a tecnologia traz para o controle das finanças: a automatização das contas.
Dessa forma, você não vai precisar fazer cálculos de cabeça, nem correr o risco de digitar valores errados em uma calculadora.
Claro que ainda existe a possibilidade de erro humano na hora de inserir os valores no computador, nada que não possa ser evitado com um pouco de atenção ao fazer a tarefa.
Mas isso é só o básico e reflete só um pedacinho do que a tecnologia pode fazer por você e seu negócio.
Há diversos aplicativos para controle das finanças.
Alguns lhe enviam lembretes para pagar os impostos, as guias de recolhimento e as contas relativas à infraestrutura do negócio.
Outros apps, assim como ferramentas básicas como Excel, permitem que o empreendedor faça planilhas, tabelas e gráficos.
Assim, fica mais fácil observar e interpretar todos os dados financeiros coletados.
Isso permite que mesmo pessoas que não estão acostumadas a lidar com finanças possam compreender a real situação da empresa.
Entre os aplicativos, não posso deixar de citar a conta.MOBI, que pode ajudar e muito a fazer a contabilidade da sua empresa.
A conta.MOBI é uma conta digital, que pode ser administrada através de um aplicativo para celular, de qualquer lugar onde estiver.
Seu app ainda permite que você automatize boa parte do controle financeiro da empresa, visualizando seus ganhos e gastos.
Além de modificar os dados de maneira móvel, conforme realiza as movimentações.
Pense em um verdadeiro gerenciador financeiro para o seu negócio.
Com transferências, pagamento de contas, fluxo de caixa e até emissão de boleto para receber de forma fácil de seus clientes.
Pensou? Então, com a conta.MOBI, você pode se colocar um passo à frente dos concorrentes que não realizam a gestão automatizada da empresa.
Seu controle financeiro mais fácil e eficiente
A pesquisa da Serasa Experian revelou um dado que precisa mudar urgentemente.
Boa parte dos MEIs entrevistados ou não têm controle sobre o fluxo de caixa ou o delegam a pessoas inexperientes, como parentes próximos.
Veja bem: essa é a ferramenta básica de gestão financeira em qualquer empresa.
É onde ficam registradas as suas receitas e despesas, permitindo a partir daí uma tomada de decisão mais embasada sobre os rumos do negócio.
Não é algo que possa ser transferido.
No máximo, o gestor pode ter auxílio na tarefa, mas se for assim, que seja com um verdadeiro especialista.
Quem se sentir inseguro para cuidar da própria contabilidade pode contratar um contador para ajudar ao menos no início.
Tanto com questões legais quanto com os primeiros cálculos do fluxo de caixa.
O controle financeiro bem feito, assim como muito outros aspectos da vida do empreendedor, é questão de hábito.
No começo, você vai demorar um bom tempo.
Talvez fique confuso com todos aqueles termos e números, e tenha de pedir ajuda para alguém.
Mas logo isso muda e, antes do que espera, já será quase um especialista.
Novamente, vale a dica de buscar o Sebrae e seus cursos sobre controle financeiro, muitos deles de graça.
Aproveite também vídeos e tutoriais na internet, como este aqui, que ensina como fazer uma planilha de fluxo de caixa.
Conclusão
Cada vez mais pessoas escolhem se tornar microempreendedores individuais.
Algumas o fazem por oportunidade, mas a maioria ainda abre empresa por necessidade, especialmente em tempos de crise, como agora.
Tornar-se empreendedor e se formalizar como MEI foi a solução encontrada por milhares de brasileiros que se viram sem emprego ou com cortes no salário durante a atual crise econômica.
Ser dono do seu próprio negócio compensa, mas vários esforços são necessários para enfrentar os desafios microempreendedor comuns.
E neste artigo, tive a intenção de destacar o principal deles, que é manter o controle das finanças.
Quem nunca cuidou direito do próprio dinheiro tende a enfrentar grandes problemas ao abrir um negócio.
Mas nada é definitivo e, ao adotar as melhores práticas que indiquei ao longo do texto, você pode contrariar as estatísticas e ser um grande gestor.
Para isso, tenha o apoio de um profissional de contabilidade e também da sua conta.MOBI, a conta digital do empreendedor brasileiro.
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